A maioria dos empreendedores brasileiros conhece a inspiradora história de Luiza Helena Trajano, empresária que comanda o Magazine Luiza, que começou pequena na cidade de Franca, interior de São Paulo, e hoje representa uma marca com 1.157 lojas físicas em 17 estados do país.

A gigante do varejo vem se destacando no e-commerce há alguns anos. Seu marketplace reúne 1,5 mil sellers – pequenos varejistas que começam a descobrir as vantagens das vendas online e se beneficiar da digitalização.

Mesmo com dados tão positivos, a empresa sentiu o impacto da pandemia de Covid-19: o lucro líquido sofreu queda de 76,7% no primeiro trimestre de 2020 em comparação com o mesmo período de 2019. Mas a empresa soube fazer do limão uma limonada, e conseguiu um destaque que suas concorrentes nem chegaram perto no período.

O segredo? Ao invés de pensar em si mesmo, o Magazine Luiza pensou no coletivo. Tendo como missão ajudar a digitalizar o varejo brasileiro, a empresa pretende levar linhas de crédito para pequenas empresas e criou uma ferramenta de denúncia contra a violência doméstica em seu próprio app, uma iniciativa que conquistou o coração (e o bolso) de muitos consumidores.

Magazine Luiza: valores e preocupação social

Desde março as lojas físicas tiveram que se virar nos 30 para sobreviver à pandemia, e aquelas que vinham adiando a adoção do e-commerce perceberam o quanto ele é necessário.

O Magazine Luiza já vinha trabalhando a inclusão gratuita dos pequenos varejistas e autônomos em suas plataformas de e-commerce, com direito a suporte para aqueles que tiveram pouco contato com o meio digital. Com a pandemia a empresa foi além, e pretende oferecer linhas de crédito para manter o negócio funcionando após a crise.

Segundo reportagem da Exame.com, o Magalu está em negociação com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social) e outros agentes do mercado financeiro para estruturar maneiras de levar crédito aos pequenos e médios comerciantes.

Outra ferramenta para cuidar da sobrevivência dos lojistas foi desenvolver uma ferramenta para que esses possam emitir notas fiscais eletrônicas, que funciona para aqueles que são habilitados pela Secretaria da Fazenda. Para os que não são, o Magalu desenvolveu um processo com uma “sub certificadora” que faz a certificação digital.

Na linha de frente do combate à violência doméstica

O principal motivo que fez o Magalu ficar na cabeça do consumidor e dos internautas, no entanto, não tem nada a ver com comércio. Desde 2019 o aplicativo da empresa traz um botão discreto para denúncia contra violência doméstica, e como muitas mulheres estão em isolamento com seus agressores, a ferramenta se tornou de extrema importância.

Em março, durante a quarentena, os casos de violência contra a mulher subiram 45% no estado de São Paulo e 50% no Rio de Janeiro em comparação com o mesmo período do ano passado.

O botão de denúncia viralizou nas redes sociais, e por conta disso o Magalu trouxe melhorias e deixou a tela de denúncia mais parecida com a do carrinho de compras, muito mais discreta.

A ideia é ajudar mulheres que nem sempre podem denunciar o agressor devido à proximidade ou vigilância do mesmo.

Ao clicar no aplicativo, a impressão é de que a mulher fará uma compra, e não que pedirá ajuda. Uma mensagem no app informa que 99% das mulheres não conhecem o 180, a Central de Atendimento à Mulher, e por isso a ferramenta se torna ainda mais importante.

Deu para ver que a preocupação do Magazine Luiza não é apenas aumentar as vendas ou bater os concorrentes, certo? E todas essas ações tiveram resultado: a HSR Specialist Researchers criou o ranking Marcas Transformadoras para identificar as empresas que mais construíram relevância para o consumidor durante a pandemia.

A pesquisa realizou 18 mil entrevistas em dois meses e meio, e em primeiro lugar com larga vantagem está o Magazine Luiza, com 241 pontos no índice de transformação médio, seguido de Netflix (233) e iFood (171).

Pergunte-se…

Como posso atingir meus objetivos em tempos de instabilidade?

Claro que não dá para comparar o Magazine Luiza com uma loja de bairro, mas se não puder contar com os pequenos e médios lojistas, a empresa não vai tocar o varejo brasileiro sozinha. Então ao invés de focar nas vendas, o Magalu estendeu a mão para colher os frutos em longo prazo.

Em um momento no qual os mais afetados serão os pequenos comerciantes, parcerias e colaborações podem ajudar os lojistas a sobreviver e render ótimos resultados.

Como posso aproveitar as oportunidades?

A maioria dos segmentos sofreu queda nos lucros, e a perspectiva não é das melhores para os próximos meses. Então, ao invés de tentar remar contra a maré, é importante aceitar o período de crise e pensar como isso pode servir ao seu negócio.

Talvez seja o momento de realizar aquela reforma que você vinha adiando, ou iniciar a transição para o comércio online. Testar novas receitas, treinar sua equipe ou estudar para aplicar no dia a dia são estratégias que apresentarão bons resultados em longo prazo.

Como posso contribuir com a sociedade?

As marcas precisam fazer uma leitura minuciosa do cenário para ir ao encontro das necessidades emergentes. A valorização do indivíduo, foco atual das empresas, não será suficiente para as marcas se manterem relevantes e admiradas. Essa equação passa a ter outras demandas, como postura voltada à sociedade, sustentabilidade econômica e visão de longo prazo, entre outros aspectos”, apontou Valéria Rodrigues, sócia-diretora da HSR Specialist Researchers, em entrevista para o portal B9.

Os valores contam muitos pontos para as marcas, já que o consumidor busca cada vez mais comprar de empresas conscientes e alinhadas com o bem-estar social.

Em uma rápida olhada nas redes sociais, em posts que comentam a ação do Magalu contra a violência doméstica, é fácil encontrar internautas comentando que a empresa conquistou mais um cliente, e em tempos de pandemia a solidariedade e preocupação com o próximo se tornaram ainda mais latentes. Quem só preza o topo não vai ser lembrado.


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Gabriel Pascoli

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