Mundo Geek: afinal, quem são eles?
Em 2007, a sitcom “The Big Bang Theory” estreou com os dois pés na porta contando a história de quatro amigos com dificuldades de socialização, trejeitos desajeitados e muito conhecimento sobre quadrinhos, cultura pop, física quântica e super-heróis.
Mais de 10 anos depois, a série chegou ao fim com sensação de trabalho bem feito, já que ajudou a popularizar a cultura Geek em um meio no qual ela era vista como motivo de piada.
É claro que o mérito não é todo da série. Em 2008 estreava nos cinemas “O Incrível Hulk” e o primeiro filme do “Homem de Ferro”, que deram início à MCU (Marvel Cinematic Universe), universo criado pela Marvel, além de “Batman: O Cavaleiro das Trevas”, considerado por muitos o maior e melhor filme da DC Comics.
A linha do tempo do MCU foi encerrada em 2019, com o fenômeno “Vingadores: Ultimato” – também conhecido como maior bilheteria da história do cinema. Já “O Cavaleiro das Trevas” faturou mais de US$ 1 bilhão em bilheteria e venceu dois Oscars.
Movimentar enormes quantias de dinheiro é algo comum para esse público. Segundo uma pesquisa da Rakuten Digital Commerce, os geeks brasileiros gastam cerca de 40% a mais em compras online do que a média nacional. O ticket médio dos gastos virtuais com produtos do segmento é de R$ 548, enquanto valor médio nacional chega a R$ 329.
Um público com poder de compra, disposto a pagar mais para satisfazer seus desejos e sempre atento às novidades. Os Geeks são loucos por tecnologia, games, quadrinhos, filmes, séries e cultura pop em geral. Seu negócio está pronto para eles?
Quem são os Geeks?
Segundo a pesquisa Geek Power, produzida pelo grupo Omelete em parceria com o Ibope Conecta, 62% do público Geek brasileiro é masculino, sendo com 52% entre 18 e 29 anos, 41% pertence às classes A e B e 42% tem ensino superior. Na loja de Kevin de Freitas, empresário de Piracicaba (SP) que atua há sete anos nesse mercado, o público feminino está crescendo na faixa de 16 a 22 anos.
“Eles são fiéis, receptivos, comunicativos e têm um senso e tribo maior que outros públicos, e essas são suas principais particularidades”, diz Kevin. “Quando um Geek reconhece outro, já troca recomendações e se encaixa facilmente em um novo círculo de amizade”, completa.
A pesquisa é feita anualmente para entender como esse consumidor se comporta no Brasil, e em 2018 foi realizada via redes sociais e colheu mais de 12 mil respostas. Aliás, esse público ama redes sociais: 87% usa a internet para se divertir e 42% fica online o tempo inteiro enquanto está acordado.
O YouTube é o queridinho, com 64% do público, seguido de 58% que prefere o Instagram e 47% que prefere o Facebook. Ficção científica é o gênero favorito de 70% desse público e 84% dos Geeks brasileiros consomem cultura pop todos os dias.
“As pessoas começaram a ver que, tanto os personagens quanto os temas abordados nos quadrinhos, tratavam de questões filosóficas e sociais de extrema importância. Os quadrinhos são vistos como grandes obras literárias, pois levantam questões como alcoolismo, violência, imigração, preconceito, sexismo e sexualidade”, pontua Kevin.
Como surgiu a cultura Geek?
Embora a saga Star Wars venha dos anos 70 e seja idolatrada por 10 entre 10 Geeks, foi só no início dos anos 2000 que esse público começou a ganhar popularidade graças às super produções baseadas em livros e quadrinhos.
“O ponto inicial da virada da cultura Geek foi a trilogia de ‘O Senhor dos Anéis’, que apresentou um trabalho de qualidade, vencedor de diversos prêmios. Isso fez com que o gênero de fantasia passasse a ser mais aceito pelo público e, aos poucos, outras barreiras foram quebradas”, diz Kevin.
Além da crítica, o apoio da fanbase foi essencial, já que os fãs tinham muito medo que a adaptação de um livro tão complexo fosse ruim. Com o resultado positivo, o público passou a incentivar outros fãs a assistir o filme no cinema e ler o livro, além de se interessar por lançamentos semelhantes, como o da saga “Harry Potter”.
“Temas que antes eram apreciados somente pelos nerds passaram a ser buscados por outras pessoas, como livros de ficção, fantasia e quadrinhos. Os filmes de heróis foram o segundo passo para fidelizar esse público”, diz Kevin.
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