Todo mundo tem uma conhecida cozinheira de mão cheia que faz os melhores bolos e salgados de festa, ou uma amiga que costura para ajudar na renda da casa. Talvez até uma vizinha que trabalha como manicure e está sempre antenada nas novidades, ou uma parente que começou um curso de design de sobrancelhas e vai investir nessa área. Em comum, todas elas têm a veia do empreendedorismo feminino pulsando forte!
Mulheres com histórias de sucesso não faltam. Já falamos sobre Luiza Trajano, empresária que comanda o Magazine Luiza; Letícia Penna, fundadora do Sapatilha na Sacola; e Patricia Tsai, dona da ChocoVivo.
São histórias que inspiram, mas que podem parecer distantes da realidade da maioria das brasileiras, que tocam seus negócios de forma mais simples e muitas vezes nem se veem como empreendedoras.
Uma pesquisa da GEM (Global Entrepreneurship Monitor) de 2018 revelou que o Brasil contava com 24 milhões de mulheres empreendedoras. O Painel do Empreendedorismo Feminino do Sebrae mostra que, no mesmo ano, elas representavam 34% dos donos de negócios no país – um total de 9,3 milhões, entre as quais 8,1 milhões trabalhavam por conta própria e 1,255 milhão eram empregadoras.
Os números são altos, mas poderiam ser melhores, já que as mulheres representam 51,7% da população brasileira contra 48,3% de homens, segundo dados do PNADC (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) de 2018. Desigualdade de oportunidades explica a diferença, que felizmente vem se tornando cada vez menor.
Dados sobre o empreendedorismo feminino
A pesquisa do PNADC também revelou que as donas de negócio possuem escolaridade 16% maior que os homens, e 96,3% delas atuam somente no próprio trabalho.
Apesar da maior escolaridade, elas ganham 22% menos que os donos de negócio, já que 49% delas recebem apenas um salário mínimo mensal contra 35% deles.
Elas representam 47,6% dos MEIs (microempreendedores individuais), segundo pesquisa do Sebrae de 2017, e estão envolvidas principalmente em atividades do comércio varejista de vestuário e acessórios, cabeleireiros e tratamentos de beleza e alimentação.
Mais de 2/3 das mulheres Donas de Negócio trabalha sem CNPJ.
Empreendedorismo feminino X empreendedorismo masculino
Quem não é familiarizado ao termo pode achar que a classificação de feminino serve para rivalizar com o masculino, o que está longe da verdade.
Quando uma mulher ou um grupo de mulheres começam, organizam e gerem uma empresa, elas estão empreendendo. A maioria dos homens que empreendem, o fazem por desejo de ser o próprio chefe e de mudar o mercado, o que é totalmente louvável. Mas, segundo a pesquisa da GEM, a maioria das mulheres que empreendem o fazem por necessidade.
Isso significa não só necessidade de dinheiro para sobrevivência, mas também de independência. Estima-se que, a cada ano, 1,3 milhão de mulheres sofrem violência doméstica, e a dependência financeira é um fator de risco, pois de cada quatro mulheres, uma não denuncia o agressor por precisar dele financeiramente.
Nesse ponto, o empreendedorismo feminino é uma forma de transpor essa barreira e empoderar a mulher para que ela tome as rédeas da própria vida. Em um mundo moderno que ainda vivencia a opressão, mulheres protagonistas de seus modelos de negócios são exemplos de superação que inspiram na busca por um mundo mais justo.
Pensando nisso, muitos consumidores priorizam negócios comandados por elas na hora de fazer as compras.
Afinal, marcas que carregam valores e prezam pelo crescimento sustentável são preferência na era do consumo consciente, principalmente quando quem está por trás da empresa sabe como é viver situações de vulnerabilidade.
Benefícios do empreendedorismo feminino
Se esse movimento, por si só, não é suficiente para te ajudar a estimular mulheres na liderança, saiba que o empreendedorismo feminino é benéfico para todos.
Além de proporcionar empoderamento e independência por meio da liderança, mulheres que empreendem também ajudam a reduzir a desigualdade – que, como você pode ver pelos dados, ainda é gigantesca.
Quanto mais mulheres no comando, melhores serão as condições.
A geração de empregos é um aspecto importantíssimo. Mulheres empreendedoras costumam trabalhar com outras mulheres, o que aumenta a presença delas no mercado de trabalho.
Muitas empresas comandadas por mulheres contam até com creche para que mães possam deixar seus filhos em segurança enquanto trabalham.
Quanto maior a inserção feminina no mercado de trabalho, melhor para a economia, pois aumenta a geração de renda para as famílias. Ou seja, vantagem para todo mundo – mas principalmente para elas, que vão conquistando mais confiança e tornando o mercado mais diverso, inclusivo e justo para todos!
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