Por que será que temos tanta necessidade em afirmar “eu tenho razão”?
Quando você consegue “provar” ao seu cliente que ele estava errado, você ganhou algo?
Provavelmente terá perdido pontos com ele, pois se há uma dificuldade muito grande no ser humano, é a de reconhecer que estava errado.
Há alguns anos, entrou um cliente na minha loja, dizendo-se interessado em adquirir um arquivo de aço, aqueles de 4 gavetas, para colocar pasta suspensa.
Mal a minha vendedora o apresentou o arquivo, ele disparou dizendo que era de péssima qualidade, onde já se viu vender algo tão fraco, etc.
Eu, ouvindo a conversa, fiz-lhe uma pergunta: “- Pelo jeito o senhor conhece aqueles arquivos antigos, mais resistentes”, e ele respondeu que até tinha um no escritório, mas que não estava “combinando” com seus móveis novos (já me deu a primeira dica: não combina com os móveis).
Eu perguntei então, se não interessaria a ele, encomendar um mais resistente. Sua resposta foi que custaria quase três vezes o valor do outro (segunda dica: não queria pagar o preço pela qualidade).
Fiz-lhe a terceira e derradeira pergunta:
“- E se o senhor então levasse dois desses mais leves e distribuísse os pesos nas gavetas, não daria certo”?
Sabe qual foi a resposta?
“- Pensando bem, acho que um só, desse aí mais fraquinho, dá e sobra”.
Você já imaginou, se quando aquele senhor chegou à loja, menosprezando meu produto, de certa forma até debochando do arquivo, eu tivesse dito a ele que não tinha razão de dizer aquilo, que meu produto era excelente?
Eu teria ganho algo por isso?
Para mim o que valeu foi ver aquele senhor carregando sua caminhonete e ainda sair agradecendo.
Deixe de lado a bobagem de “ter razão”, seja feliz!