Em plena era digital é cada vez mais raro ver pessoas lendo um livro enquanto esperam o ônibus ou acompanhando o noticiário pelo jornal impresso.

Parece loucura cogitar abrir uma tradicional banca de revistas, livros e jornais, uma ideia que pode soar como semelhante a queimar dinheiro. Felizmente, os idealizadores da Banca Tatuí não pensaram assim.

A história dessa empresa começa com a Lote 42, uma editora de São Paulo criada pelo casal de jornalistas Cecilia Arbolave e João Varella em 2012. No início, o plano era semelhante ao de muitas editoras com alguns diferenciais: publicar autores criativos, inovadores e que ofereciam algo de especial ao mercado leitor.

O plano tomou forma e uniu forças com outras editoras e autores independentes, dando origem à Banca Tatuí em 2014, um espaço de apenas 6 metros quadrados no bairro Santa Cecília em São Paulo.

Hoje, a empresa trabalha com publicações independentes de diferentes temas, gêneros e editoras de várias regiões do Brasil e, ocasionalmente, realiza shows e eventos no local. Em 2018 a Banca Tatuí recebeu o Prêmio Milton Santos, dado pela Câmara Municipal de São Paulo, que reconhece e valoriza projetos de desenvolvimento social na cidade.

Os diferenciais da Banca Tatuí

O mercado editorial brasileiro vive uma instabilidade financeira. A Saraiva fechou diversas lojas nos últimos tempos, a Cultura enfrenta uma crise de imagem após denúncias de abuso por ex-funcionários e a Fnac deixou um gosto amargo ao fechar sua última loja em 2018.

A Banca Tatuí decidiu apostar naquilo que os leitores mais apreciam: qualidade! Best sellers que ocupam os primeiros lugares em vendas não estão no catálogo da empresa, que aposta em livros e zines criados por editoras e autores independentes com foco em temas muitas vezes não abordados pelo mercado tradicional.

foto: Banca Tatuí (reprodução)

Assim, a empresa agradou uma fatia de mercado que busca por produções inovadoras e criativas fora do universo mainstream. O site da Lote 42 fala um pouco sobre esses trabalhos:

“O ritmo mais parcimonioso de lançamentos permite que a editora desenvolva com cuidado diversos aspectos do livro, do conteúdo ao projeto gráfico. Em cada título, o design gráfico tem um papel fundamental como elemento narrativo, que acrescenta novas camadas de interpretações à obra”.

Para o público-alvo da Banca Tatuí, a leitura da obra é só a cereja de um bolo que conta com diversas camadas igualmente deliciosas. A empresa soube trabalhar isso e conquistou o coração de uma clientela específica.

Em médio e longo prazo, é mais vantajoso para o negócio contar com uma venda dentro de um determinado período do que vender muito em um mês e não saber como será a semana seguinte.

A empresa não disponibiliza dados sobre suas vendas, então não é possível avaliar se os proprietários estão lucrando. Mas é interessante notar que a Banca Tatuí preferiu fidelizar um número menor de clientes ao invés de vender esporadicamente para um grande público.

Outro ponto a se ressaltar é o espaço charmosíssimo e aconchegante que remete ao universo impresso. Ao atrair visitantes curiosos a empresa aumenta suas chances de vendas e fica marcada na memória do consumidor.

É por isso que a Banca Tatuí, com seus pequenos seis metros quadrados, se mostrou uma gigante no empreendedorismo. A empresa ensinou que inovação, criatividade e qualidade, além de saber exatamente o que seu público quer, são a chave para se destacar em meio a um mercado instável. O sucesso financeiro é consequência.


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Gabriel Pascoli

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