Quando se fala em acessibilidade pensamos imediatamente em rampas, guias rebaixadas, elevadores e sinais sonoros, como se essas soluções fossem o suficiente para garantir o pleno acesso de pessoas com deficiência ao estabelecimento. E a acessibilidade atitudinal, já ouviu falar?

Tornar um ambiente acessível envolve mais do que a estrutura física, passando por mudanças na forma de pensar, aplicação do que é previsto em lei e tratamento adequado. Saiba como tornar seu negócio realmente acessível para todas as pessoas com deficiência através da acessibilidade atitudinal.

Pilares da acessibilidade

foto: criada por freepik

Segundo o artigo 4, parágrafo 1, do Estatuto da Pessoa com Deficiência: “considera-se discriminação em razão da deficiência toda forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adaptações razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas.”

Isso significa que, se seu comércio não atende às normas de acessibilidade, ele está discriminando pessoas com deficiência, o que, além de te fazer perder clientes em potencial, é contra a lei e pode render multa ao estabelecimento.

As exigências da lei e normas técnicas são estruturadas em três pilares: autonomia, conforto e segurança. Porém, a publicação Mídia e deficiência da Fundação Banco do Brasil, de 2003, amplia esse conceito além da questão estrutural e sugere seis pilares:

  1. Acessibilidade arquitetônica: não há barreiras físicas em imóveis, espaços urbanos, edifícios e meios de transporte individuais e coletivos;
  2. Acessibilidade comunicacional: não há barreiras na comunicação interpessoal, escrita e virtual;
  3. Acessibilidade metodológica: não há barreiras nos métodos e técnicas de estudo, trabalho e ações;
  4. Acessibilidade instrumental: não há barreiras de estudo nos instrumentos de lazer, trabalho e estudo;
  5. Acessibilidade programática: não há barreiras invisíveis nas políticas públicas e regulamentos;
  6. Acessibilidade atitudinal: não há preconceitos, estigmas, estereótipos e discriminações contra a pessoa com deficiência.

De todos esses pilares, talvez a acessibilidade atitudinal seja a mais difícil de aplicar. Isso porque é muito comum às pessoas sem deficiência acreditar que não tem preconceitos contra as pessoas com deficiência, mas na prática a coisa é bem diferente, e de forma até inconsciente.

Como aplicar a acessibilidade atitudinal

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Uma vivência comum na vida das pessoas com deficiência são as situações de capacitismo, uma discriminação direcionada dada às condições do indivíduo. Essa discriminação está presente desde se referir à pessoa com termos ofensivos até deduzir que ela não é capaz de fazer algo sem antes consultá-la.

Percebendo uma discriminação involuntária, na prática

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Por exemplo, digamos que um cadeirante entra em sua loja. Seus funcionários, inicialmente, ficam com receio de atendê-lo. Por que esse receio? Até que uma funcionária atende, mas conversa com a pessoa com voz de criança, infantilizando-a. Isso seria feito com uma pessoa sem deficiência?

Agora imagine que esse mesmo cadeirante chegou à loja com um acompanhante. O atendimento, agora, é imediato, mas ao invés de se referir aos dois clientes o funcionário conversa apenas com o acompanhante. Como o funcionário sabe que quem precisa comprar algo é o acompanhante, e não a pessoa com deficiência?

Veja bem, isso não significa que os funcionários sejam pessoas ruins, mal educados – eles só não tiveram o treinamento adequado para atender pessoas com deficiência, e com isso reproduzem preconceitos e estereótipos sem nem perceber.

Essa atitude, no entanto, em pleno 2020, não é mais aceitável, e quem tem um negócio precisa entender e aplicar isso em sua loja.

Acessibilidade atitudinal: excluindo a discriminação da sua loja

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A melhor forma de promover mudanças é oferecer treinamentos específicos para atender pessoas com deficiência e, principalmente, entender que existem deficiências de diferentes tipos e estar preparado para todas elas.

O atendimento para alguém com deficiência visual é diferente de alguém com deficiência cognitiva ou motora, e assim por diante.

Estudar é o primeiro passo para não discriminar. A acessibilidade atitudinal é essencial para tratar a pessoa com deficiência com dignidade e humanidade, mas infelizmente muitas empresas ainda não entenderam isso. Que tal começar a mudança pela sua?


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Gabriel Pascoli

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